quinta-feira, 4 de outubro de 2012

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Ai meu Deus, que horas são?

"Precisava é de tempo."

Tempo. Eu preciso de tempo, você precisa de tempo, ele precisa de tempo, vós precisais de tempo, o mundo inteiro, eles, precisam de tempo. Mas quem tem tempo? Ninguém mais tem tempo, tempo ninguém tem mais, nem tempo nem ninguém tem um ao outro. Nem tempo nem tempero. Muito tempo tapado pra pouco tempo temperado, pouco tempo temperado pra mil anos desperdiçados em tempos imprecisos. O tempo correu de mim, correu dele, correu dela, nós não sabemos onde o tempo está, o senhor sabe? Ninguém sabe, a mulher no Jornal Nacional não tem tempo (digamos à parte que, nem tempero), e há tempos ela sabe tudo. Tapado o tempo temperado, escondido esculachado estúpido, fujão fugido forasteiro, que brinca com nossas caras e desde que nos entendemos por gente vem tirando nosso tempo.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Eu (...?)

"Tão geladas as pernas e os braços e a cara que pensei em abrir a garrafa para beber um gole, mas não queria chegar na casa dele meio bêbado, hálito fedendo, não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto, e fui pensando também que ele ia pensar que eu andava sem dinheiro, chegando a pé naquela chuva toda, e eu andava, estômago dolorido de fome, e eu não queria que ele pensasse que eu andava insone, e eu andava, roxas olheiras, teria que ter cuidado com o lábio inferior ao sorrir, se sorrisse, e quase certamente sim, quando o encontrasse, para que não visse o dente quebrado e pensasse que eu andava relaxando, sem ir ao dentista, e eu andava, e tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo, por dentro da chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era."

trecho do conto "Além do Ponto" - Caio Fernando Abreu

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Metade

Por tanto tempo tentei ser forte
Por tanto tempo me orientei pelo norte
Buscar o certo que me completa por dentro
Ou que me preencha mais que sua morte

Por tanto tempo fui fiel
Por tanto tempo cumpri minha promessa
De ignorar o passado que me é cruel
E o choro que não cessa

Por tanto tempo lutei pelo mesmo ponto de vista
Batalhei pela nossa maior conquista
Deixei de lado a dor e a agonia
Pelo nosso sonho de sermos um só artista

Por tanto tempo...
Me perguntei o que você diria
Pro sussurro do vento
Na minha alma que perecia

Perece, eu corrigiria
Faria do vento sangue puro
Escorrendo pelo meu corpo saudável
Que daria tudo pra ser incurável
Nos dias de terror interno
Quais você me consome enfermo
Mas acaba com a minha doença
E impede que a insônia vença.

Hoje tenho os olhos inchados
Molhados, avermelhados
De sentir sua falta.

Será que tens um meio de renascer pra mim?
Porque eu não aguento mais, amigo
Eu prometi não correr perigo
Mas minhas forças têm fim.

domingo, 5 de dezembro de 2010

anulando aquele texto mais ainda.

Eu nem sei como eu fui pensar em desistir.
As palavras de uma, que encorajam, que temem e não temem, que vêem esperança; a silhueta de outra, que voa no chão, que faz mexer o tórax mas prendem a respiração e quase matam, pra salvar fazendo arrepiar os pêlos do braço e as lágrimas escorrerem; a devoção de uma outra ainda, que é tão envolvente e tão sedutora que faz pensar no porquê de alguém não querer ser como nós,
artistas, compreendidos e incompreendidos, como todo bom, que fazem correr o oxigênio pelo sangue de quem tem a sorte de entender, de quem vê o mundo como nós vemos, de quem quer mudar o que é preciso mudar nas mais diferentes formas de expressão.
Hoje escorreram lágrimas dos meus olhos de pura emoção, sem soluços, sem caras tristes; mas de ver as silhuetas dançarem balé, sentir a arte emanar de cada corpo e saber, com certeza, que é aquilo que corre nas minhas veias, é aquilo que eu quero e que são pessoas como aquelas, e estas, que eu quero à minha volta, pra sempre.
Eu nem sei como eu fui pensar em desistir.

à Giulia Confuorto de Castro (eu falei que não dava pra parar), Carolina Almeida Tomaz, Natalie Magarian, Amanda Guedes Pereira e Luiza Frocht, por terem no sangue o fluido da arte.
E devo acrescentar que estou mais do que feliz por ter acordado recentemente, e por querer estar com vocês.

sábado, 4 de dezembro de 2010

anulando o texto abaixo.

Uma kombi, que seja, talvez.
Mas pintada pelas nossas próprias mãos, de vermelho, roxo, verde, azul e todas as cores que a gente bem entender; pôsteres velhos no interior, bailarinas dançando ao redor, fotos de tudo coladas no painel, no vidro da janela, no freio de mão.
Por querermos ser, seremos o que não queremos ser, mas que se foda, porque o que eu quero eu serei; e serei junto com você, que acredita, encoraja, e vê o mundo de uma forma que pouquíssimos vêem ou viram e agora já não vêem mais nada, mas que viram mais do que os próprios olhos.
Nós vamos fazer nossa jornada como ninguém fará, não importa o que aconteça em cima dos nossos ombros. E eu só espero ter pessoas como você ao meu lado, pra eu motivar e pra eu ser motivada. Cada sorriso vira uma nova inspiração.

à Giulia Confuorto de Castro, porque não dá pra parar de dedicar sentimentos a ela.
E também a todos os artistas que estarão comigo nos próximos tempos, seus sorrisos serão sempre, e eu digo sempre, inspiradores.
(Giu, Cá, a gente sobrevive com X-Saladas de dois reais!)